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Feira de Ceilândia se consolidou como parte da cultura local


A Feira Central da Ceilândia, local de difusão da cultura nordestina, se destaca como o ponto de comércio mais tradicional de Ceilândia. A feira, que existe desde 1971, enfrentou diversas iniciativas de concorrentes ao longo dos mais de 40 anos de existência. A Feira Central, no entanto, manteve espaço no cenário de comércio local. “Se por um lado a concorrência é ruim para quem compete, é boa para quem consome”, defende o professor da Universidade de Brasília (UnB) especialista em economia, sociologia e desenvolvimento humano Marcelo Medeiros. A Feira Central teve de se reinventar periodicamente para se manter, uma vez que iniciativas comerciais se estruturaram como concorrência direta. A primeira grande concorrência foi a Feira dos Goianos, criada na mesma avenida, mas na cidade de Taguatinga. Destinada a confecções em geral, a feira, inaugurada em 1998, representou ameaça. “O pior que enfrentamos até hoje foi a Feira dos Goianos, mas suportamos. A abertura de outros comércios não tem perigo, quem administra sabe”, conta o presidente da Associação dos Feirantes da Feira Central da Ceilândia (Asfec), Francisco Nogueira França. Recentemente, dois pontos de comércio mais próximos à Feira Central foram inaugurados e representam concorrência à Feira da Ceilândia. Em 2006, com o intuito de remover camelôs da área central de Ceilândia, o Governo do Distrito Federal (GDF) criou o Shopping Popular (a dois quarteirões de distância da Feira Central), que não se popularizou. Para tentar aumentar o fluxo de pessoas no Shopping Popular, o GDF instalou, em 2012, uma unidade do posto Na Hora. No dia 16 de novembro de 2013, foi inaugurado empreendimento mais recente: o Shopping JK. Localizado na mesma avenida da feira, o shopping tem seis salas de cinema além de praça de alimentação e mais de 200 lojas. “Existe influência na abertura de outros comércios, mas isso depende de diversos fatores como tipo de comércio, de mercadoria, de preço e de público” explica o professor da UnB especialista em administração financeira e economia informal Roberto Bocaccio Piscitelli. “A tendência é que a feira venda mais barato, se recicle, se especialize em outras áreas. As pessoas têm que ter criatividade para se manter”, afirma Roberto. França defende que a abertura de outros comércios afeta, sim, mas não configura perigo à Feira. “Os shoppings e comércios têm que abrir, comércio legal não prejudica ninguém, é só saber conviver com ele. A gente que é de feira conquista o cliente. Durante a semana, passam por aqui de sete a oito mil pessoas e, no final de semana, são de dez a onze mil”, declarou. A Feira Central da Ceilândia nasceu em 1971 como aglomeração de barracas a partir da iniciativa de moradores da cidade recém-criada para erradicar invasões da área central de Brasília. Em 1972, a feira foi legalizada e existiu com barraquinhas de vendas até 1984 quando foi inaugurada oficialmente a primeira estrutura, na Avenida Hélio Prates, que liga Taguatinga e Ceilândia. Hoje, a feira conta com mais de 460 barracas que vendem desde frutas e verduras, carne e comida típica nordestina até confecções e calçados. Fonte: UnB

Notícia publicada em: 28/11/2013